28 de setembro de 2011

Tão clara quanto fora do sentido

Preciso de um tempo.
Tempo pra não fazer nada, como agora.
Ir pra longe, pelo menos em pensamento.
Não espero grandes coisas, não desejo nenhuma reviravolta.
Tudo é bom, até então.
As vezes eu sinto como se quase estivesse fazendo parte de algo, me adaptando a vista das janelas, entendendo as outras pessoas, sentindo coisas que são importantes pra mim, deixando pra trás sentimentos vãos por pessoas vãs.
Então, quando eu quase me acostumo, o mês vira. A lua some. A maré sobe.
As perguntas me atormentam a cada pensamento: "O que faz com toda essa acomodação? Pra que tanta atenção ao que é vago? Por que não foge desse trilho enquanto é tempo? Enquanto o lado que indaga ainda vive?"
Eu deveria achar estranho combinar o que vem de fora com o que eu sinto aqui dentro? As placas se movem e eu sinto meu sangue correr; as pessoas falam e eu sinto minha pele esfriar; eu vejo hoje as mesmas estrelas de ontem e me vem uma vontade de sorrir... sorriso discreto, de canto de boca, que ninguém mais precisa ver.





Eu sou assim, tão estranha, por ter um coração vazio e continuar sentindo, e continuar vivendo, e continuar sorrindo?

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